O Réveillon 2022, data festiva onde se comemora a passagem de ano com as tradicionais queimas de fogos, se aproxima. Mas, os shows pirotécnicos que animam a maioria das pessoas na hora da virada não são nada bem-vindos para cães e gatos por causa da hipersensibilidade na audição animal.
Contudo, não são apenas a bichos de estimação que a inevitável barulheira dos fogos de artifício incomoda. Para alguns autistas e seus familiares, a alegria geral dá lugar à atenção e, às vezes, ao pânico.
Em Portão, não haverá festa promovida pelo poder público, mas é muito comum a prática de soltura de fogos por particulares, que organizam as festas nos bairros, nas suas ruas e casas.
O MB Notícias conversou com uma família que tem passado pelo problema. Denise Leite Oliveira, moradora do bairro Bom Jardim, interior de Portão/RS é mãe do pequeno Luiz Otavio de Oliveira Backenorfe de 11 anos de idade que é diagnosticado TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Não se trata de uma doença. O autismo é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de comunicação e interação social, e pode apresentar diversos subtipos. Algumas pessoas autistas são sensíveis a sons e podem interpretar os fogos de artifício com reações diversas, como medo, susto, desespero, angústia ou sobrecarga sensorial. De uns anos para cá, a hipersensibilidade ao som também começou a se manifestar em Luiz Otávio.
Geralmente quem tem autista na família tem que abrir mão de festas e muito barulho. Segundo o IBGE, o Brasil tem em torno de dois milhões de autistas no pais.
Denise revelou que no réveillon repassado, ele entrou em pânico. Ela disse que teve que ficar com ele trancado na lavanderia porque era o local com menos barulhos. “Foi uma virada de ano muito triste e frustrante para ele e para mim que sou mãe”. Denise, comentou que no ano passado ela conseguiu colocar ele para dormir antes da queima de fogos e mesmo dormindo ele ficou agitado.
Esse ano, Denise comprou umas bolinhas de silicone para colocar no ouvido do filho para tentar reduzir os efeitos dos estampidos dos fogos. “Passamos muitas dificuldades, o Autismo é lindo na Casa do Mion que é rico, agora as famílias mais simples enfrentam muitas dificuldades no pais com seus filhos autistas. A falta de políticas públicas e apoio governamental é um dos maiores obstáculos que passamos”, desabafa.
Denise, faz um apelo a sociedade, para que evitem a soltura de fogos. “Se coloquem no lugar dos doentes, enfermemos, bebes, idosos, animais e autistas. Tem muitas formas de celebrar o ano novo, não tem necessidades de estourar foguetes. Não adianta pedir paz, amor e felicidade causando dor e sofrimento ao outro”. Finaliza.