Estamos nos aproximando da abertura do período de entrega das declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) a partir de 2 de março até 30 de abril os contribuintes terão que informar seus rendimentos e entrega-los a receita federal, época de reflexão e de muita dor de cabeça.
25 anos, isso mesmo. Se você que nasceu após 1996, você não viu a tabela do imposto de renda ser corrigida. De lá para cá houveram 5 atualizações que resultaram em impacto pífio em relação aos seus valores. Segundo levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal a tabela se fosse corrigida hoje deveria estar com seus números 134% a mais nos que se mantiveram em 2021. Esse número se dá no somatório da inflação que sofremos nos anos sem que a tabela se atualizou de forma acumulada, onde tudo e todos tiveram seus rendimentos aumentados menos a tabela para isenção da declaração do imposto de renda, fazendo assim que ano após anos mais e mais brasileiros ficassem obrigados a entregar suas declarações e por ventura gerando impostos aos cofres públicos.
Hoje se pegarmos como média uma pessoa se ultrapassar valores médios de R$ 1.903,98 por mês o mesmo está obrigado a fazer sua declaração, se tivéssemos acompanhado pelo menos a inflação baseada no levantamento do Sindicato mostrado anteriormente estaríamos trabalhando em uma margem mensal de R$ 4.427,59. Se isso estivesse acontecido certamente mais de 15 milhões de contribuintes estariam isentos do bendito leão como costumamos chamar.
Vale salientar algumas situações que esses números fazem com que nós profissionais da contabilidade tenhamos que passar ano após ano. Cito ao caso de um aposentado que viveu sua vida toda sendo taxado para que quando ficasse velho fosse amparado pelo programa de aposentadoria governamental que conhecemos o INSS que pudesse gozar do restante da sua vida com alguma estabilidade financeira que lhe garantiria viver o resto de seu tempo com certa dignidade. Hoje a situação que enfrentamos é de senhores e senhoras que não conseguem se sustentar com o valor de sua aposentaria tão pouco de sua família ou afins. Não dispostos a aceitar isso os mesmos continuam suas vidas no mercado de trabalho onde se sacrificam para ter mais uma fonte de renda e assim superar o mundo de hoje e ter uma vida mais decente para si e para seus familiares. Pois bem aqui chega o fato que gostaria de compartilhar com todos vocês. Um aposentado que ganha seu rendimento de aposentadoria, somando junto um trabalho assalariado no ano, conforme a tabela que rege a isenção do imposto de renda, está fatalmente obrigado a entregar declaração de imposto de renda e pior na maioria das vezes será taxado impostos sobre os rendimentos dos mesmos mediante que no fim da vida não tenha dependentes para uso e deduções ao qual se possa usar. Então muitas das vezes até um salário ganho no ano vai para o bendito leão e suas tabelas desatualizadas desde 1996 e isso só é a ponta do iceberg.
Pois bem seguimos com os dados que temos e tentando levar as informações necessárias para que todos possam estar com os números em dia com a Receita Federal, mas por minha parte e opinião discordando e muito dos valores postos para a regularização e apuração do imposto.
Fica obrigado a entrega de declaração de imposto de renda todo o contribuinte que recebeu valores na forma de rendimento tributável no valor de R$ 28.559,70 ao ano, também para aqueles que tiveram rendimentos isentos superiores de R$ 40.000,00 ao ano, para aqueles que possuem bem superiores a R$ 300.000,00. Fiquem atentos aos auxílios emergenciais, pois os mesmos são reconhecidos como valores tributáveis e somados ao que ganhou ao ano se o mesmo ultrapassou o limite a obrigação vai ocorrer da mesma forma.
Fica aqui uma dica de 4 tarefas a serem feitas se estiver na obrigação:
1ª – Procurar sua declaração antiga e recuperar os dados (se houver)
2ª – Entender qual forma será sua declaração – simplificada ou normal
3ª – Separar todos seus rendimentos (ganhos)
4ª – Separar todas as despesas (comprovantes)
No Brasil não existe regulamentação para quem pode ou não redigir e entregar sua declaração à Receita Federal, você mesmo pode fazer a sua declaração. Eu uso muito o exemplo da construção civil para exemplificar essa situação.
Eu posso construir um muro?
Posso!
Ele ira ficar bom?
Talvez
Ele poderá me trazer problemas no futuro?
Certamente
Se trouxer vou precisar ir atrás de um profissional que saiba fazer?
Certeza absoluta.
Na nossa vida tudo é questão de escolhas. Hoje existem diversos profissionais qualificados e atenciosos que estão acostumados com essas situações e garanto que é muito melhor construir um muro com um profissional que saiba o que está fazendo e ficar seguro com aquilo, do que a insegurança de saber se está correto ou não. Levando isso para a matéria que acabou de ler cabe a você decidir com quem e como você vai compartilhar seus dados de ganhos e despesas.
Fica a reflexão!