“Bateria viciou, preciso trocar de celular o mais depressa” é uma frase bastante comum atualmente. Quem não proferiu, ao menos escutou um conhecido falar. Parece que cada vez mais esses nanocomputadores, termo usado em estudos sobre o avanço da conectividade mundial, ficam com problemas na bateria, na tela ou na câmera em pouco tempo e quem ganha com isso são as empresas. Mas e o nosso bolso e o meio ambiente?
Uma pesquisa encomendada pela ONG Consumer Reports, nos Estados Unidos, e noticiada pelo Correio Braziliense em 2018, mostrou que 40% dos usuários de celulares trocam de aparelho anualmente, sendo que um quinto deles apontou como motivo a substituição por bateria ineficiente. Esse troca-troca acaba acompanhando os lançamentos dos fabricantes, que apresentam novidades a cada um ano e meio mais ou menos.
Um prejuízo seletivo. De acordo com a mesma matéria, as empresas faturam bilhões e bilhões e a conta mesmo fica com o meio ambiente e conosco, que faz de tudo para ter o modelo mais moderno do mercado. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE), dos 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais gerados anualmente no Brasil, apenas 600 mil toneladas são descartados corretamente. Ou seja, o montante incorreto tem o poder de causar danos até mesmo irreversíveis para o solo, lençóis freáticos, fauna, flora e aterros.
Apesar desse cenário, outros dados se mostram otimistas. O site TudoCelular apresentou um levantamento realizado pelo Google Trends, plataforma de pesquisa da rede Google, que afirma que entre 6 e 12 de junho de 2021 a busca por ‘manutenção de celulares’ foi bem maior do que para aquisição de novos modelos. Enquanto 53% dos brasileiros buscaram empresas para consertarem seus portáteis, apenas 11% buscaram comprar aparelhos eletrônicos novos.
A GetNinjas, plataforma que conecta prestadores de serviços aos usuários, em estudo noticiado no TudoCelular, constatou que recentemente houve um aumento de 40% nas solicitações de assistências técnicas em relação ao ano passado. Ou seja, as movimentações crescem ao mesmo tempo que o meio ambiente busca um respiro em meio ao caos. Se trocar de celular é uma afronta ao que temos de mais precioso, mantê-lo serve como um alento ao bolso e à saúde de todos.