Nesta segunda-feira, 9, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), através da Promotoria de Justiça Militar de Porto Alegre, denunciou dois policiais militares por tortura, roubo qualificado e ameaça. O caso aconteceu no dia 1º de janeiro, por volta das 20h30, quando os PMs constrangeram um casal com violência e ameaças feitas com uma pistola, causando ferimento físico e mental, para obter informações.
As vítimas, que não possuem antecedentes criminais, estavam com dois amigos em frente a um bar, localizado no bairro São José, em Novo Hamburgo, quando foram surpreendidos pelos policiais, que os abordaram apontando uma pistola, os revistando e mandando entrarem no estabelecimento. De acordo com o Ministério Público, em seguida à abordagem, os dois amigos que estavam juntos, foram liberados. As vítimas teriam permanecido sozinhas com os policiais militares, com a porta fechada.
O MP afima que os denunciados entraram procurando por drogas e dinheiro, quebrando tudo no estabelecimento e obrigando as vítimas a deitarem no chão, dizendo “melhor tu falar, se nós achar, tu vai apanhar”. Após a ação, uma das vítimas foi algemada pelos policiais, colocado e joelhos. Nesse momento os depoimentos dizem que eles foram asfixiados com um saco plástico na cabeça, enquanto os agentes o questionavam sobre a localização de drogas e dinheiro. Quando a vítima estava quase desmaiando, os policiais tiraram o saco da sua cabeça, insistindo nos questionamentos, a fim de obterem informações sobre a localização de supostas drogas e de dinheiro. Na sequência, os denunciados, ainda tentando obter informação da vítima, colocaram o saco plástico na outra vítima, asfixiando-a.
O Ministério Público acredita que os policiais, ao perceberem que alguém estava filmando os atos praticados, saíram correndo do local, deixando uma pistola e um colete balístico em cima da mesa, mas levando bebidas e R$250 em espécie. Posteriormente, o Ministério Público diz que os policiais retornaram ao estabelecimento comercial para pegar os pertences esquecidos, quando voltaram a ameaçar as vítimas, batendo com a pistola no peito de uma das vítimas e dizendo: “Se o vídeo vazar vocês estão mortos”.
Além da denúncia, o MPRS pediu que seja decretada a perda do cargo dos denunciados e a interdição para o exercício da profissão pelo dobro do prazo das penas aplicadas.