A Juíza Andrea Hock Cenne, aceitou a denúncia do Ministério Público, e agora o vereador de Novo Hamburgo, Darlan Oliveira de 33 anos, do PDT, é réu por violência doméstica contra uma ex-namorada. O vereador tem 10 dias para apresentar defesa, a contar do início da entrega da intimação.
O caso motivou também investigação de atos de corrupção, conhecido como “rachadinhas”. O vereador nega os crimes e diz ser alvo de mentiras.
Na denúncia, o promotor de justiça Alessandro Salazar Rossatto, escreveu que o denunciado era ameaçado a vítima durante e após e término do relacionamento, que terminou por ciúmes. O denunciado teria ameaçado, contradigo, humilhado, manipulado e chantageado a vítima, a ridicularizando e limitando seu direito de ir e vir. O promotor ainda menciona algo que seria abuso de poder: “Nas oportunidades em que bebia, o denunciado ficava ainda mais descontrolado e começou a usar da sua condição de vereador na cidade para intimidar a vítima, dizendo que ordenaria sua demissão, o que de fato ocorreu, além de ofendê-la constantemente e ameaçá-la de morte”, relata o promotor.
Segundo o promotor Rossatto, a investigação de rachadinhas está sob investigação policial. Rossatto diz que o vereador denunciado teria indicado a ex-namorada para o cargo de coordenadora da Agência Municipal de Empregos (AME) na Prefeitura de Novo Hamburgo, onde a constranger ela fazer o repasse de parte do seu salário a terceiros.
O namorado entre o vereador e a comerciária, de 32 anos, começou em abril de 2021. Em 9 de setembro do mesmo ano, o vereador alugou um apartamento no Bairro São José e convidou a ex-companheira para morar com ele. Segundo a ex-namorada, os momentos de tensão e ciclos de violência nunca terminavam, mas que o vereador pedia desculpas e prometida que iria mudar suas atitudes.
O emprego na AME, era vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, foi dado para a ex-namorada do vereador em 14 de setembro. Na época, o salário bruto era de cerca de R$6,7 mil reais. No dia 3 de outubro, Darlan teria mandado a ex-namorada fazer um depósito de R$1 mil a Maicon Diego da Silva, de 33 anos, acesso executivo vinculado ao gabinete da prefeita. Ela fez a transferencia sob ameaças no dia seguinte.
No dia 12 de outubro, o namoro deles terminou, quando a então coordenadora da AME teria chamado um casal de amigos para intervir na briga do casal. Alterado, Darlan teria invadido o celular da ex-namorada e a agredido. De acordo com a queixa, Darlan não queria deixar ela ir embora, mas ela acabou indo. As ameaças teriam ficado ainda mais fortes. Em uma das mensagens, o vereador diz que “Tudo se resolve, mas ninguém morre de graça”.
Em 6 de novembro, também sobre chantagem de exoneração do cargo, o vereador determinou que a namorada repassasse cerca de R$1,2 mil para um parente dele, e em 3 de dezembro, o vereador mandou fazer outra transferencia de R$1,2 mil para o mesmo familiar. Essas teriam sido as duas últimas rachadinhas, que segundo a ex-namorada, foram pagas em dinheiro, comprovadas por conversa por Instagram. No fim do mês de dezembro, ela foi demitida a mando do ex-namorado. Ainda assim, Darlan continuou com a importunação contra a ex-namorada, na tentativa de reatar a relação. Em umas das mensagens enviadas por Darlan, ele pedia perdão à vítima e que deveriam volta a se falara. A vítima ainda relata que o vereador teria usado assessores para fazer pressão sobre ela.
Em 18 de julho, uma denúncia no MP foi feita e aceita no mesmo dia pelo Juizado da Violência Doméstica, mas o réu ainda não foi intimado. A previsão é de que o réu seja intimado nos próximos dias.
Nossa reportagem entrou em contato com o Vereador Darlan Oliveira, e aguarda seu retorno.