Na última terça-feira,15, durante assembleia do Sindicato dos Municipários de Portão (Simpo), foi aprovado o reajuste salarial de 10.38% para o funcionalismo e aumento de 75% no vale-refeição. Esse é o maior reajuste do vale desde a sua criação, passando de R$352,00 para R$616,00. Foi reduzida também a contrapartida paga pelo servidor, que caiu de 15% para 10%. Esse novo reajuste é uma conquista almejada pela categoria há dois anos, mas que não foi possível durante esse período devido a decretos e também em decorrência da pandemia do Covid-19, conforme explica o presidente do Simpo, Juliano Fontes.
“Devido a lei complementar 173 e a pandemia, nós ficamos dois anos sem reajuste. Agora em 2022 tínhamos a questão de um novo gestor, e cada vez que troca um gestor na cidade, nós ficamos sem saber com que grupo vamos conversar. Como será a forma de dialogar e negociar. Cada vez que muda o gestor, altera-se a estratégia. Pois cada cabeça pensa de um modo diferente. Então a gente sempre se prepara dando um passo de cada vez, para a gente sentir como trabalha a nova gestão”, diz.
Encontro com os candidatos a prefeitura
Ainda às vésperas das eleições municipais de 2020, o Sindicato teve encontros com os dois candidatos da época. Nessas reuniões, demandas eram levadas para os postulantes à prefeitura. Juliano relata que nesses compromissos já pôde vislumbrar um pouco da visão que o atual prefeito portonense Kiko Hoff tinha quanto aos servidores do município.
“Antes do prefeito atual assumir, já havíamos feito reuniões com ele e o outro candidato da época. Nessas reuniões cada categoria ia com os seus representantes e levava as suas demandas. Então nós já sabíamos como o prefeito eleito trataria o servidor. Como ele valorizaria e o que ele esperava por parte dos servidores também. Então foi um ‘caminhar no escuro’, mas nem tanto, pois tivemos a oportunidade de conhecer as características dele”, conta.
Valorização dos servidores
O novo reajuste foi aprovado por 96% dos servidores que estavam na assembleia. Após dois anos sem mudanças, a ideia era conseguir um reajuste justo, que trouxesse melhores condições para todos, incluindo os servidores inativos. Além da correção salarial, também foi almejada a conquista de outros benefícios para os servidores.
“Nós procuramos também buscar algo a mais do que o reajuste salarial. Como uma bonificação e melhoria no Refeisul (vale-refeição), que além de ser utilizado no mercado, as pessoas também utilizam para abastecer o carro. Tínhamos essa preocupação por conta da crescente inflação que torna tudo mais caro”, esclarece Juliano.
Em contrapartida ao reajuste, o prefeito Kiko Hoff, em conversa com os representantes do Simpo, solicitou que a categoria conversasse entre si, com a finalidade combater o uso inadequado de atestados médicos, ainda que seja algo praticado em baixa escala. Essa pauta já era defendida pela diretoria do Simpo e também por grande parte da categoria. “O prefeito pediu que conversássemos com os servidores, para buscarmos diminuir o número de atestados usados inapropriadamente. Em outras oportunidades já recebemos denúncias dos próprios servidores quanto a isso. Agora que queremos evoluir mais nessas questões, para podermos valorizar ainda mais os servidores“.
Juliano Fontes ainda completa dizendo que não há problema em utilizar os atestados, mas que é necessário conter o uso indevido, pois acarreta em prejuízos para os servidores e prefeitura. “Não temos como contestar um atestado médico, mas o uso impróprio dele tem um custo para a prefeitura. Então isso vai gerando uma bola de neve e vai se criando um grande gasto, o que pode atrapalhar em uma negociação futura. Vale lembrar, que essa já era uma das pautas mais levadas aos candidatos à prefeitura no período eleitoral”.
Apesar da ressalva no tocante aos atestados, o presidente do Simpo afirma que o uso indevido é algo realizado por uma minoria dentro da categoria. Nas estimativas de Juliano, não deve passar de 2% a quantidade de profissionais que utilizam de modo impróprio a declaração. Sendo assim, a intensificação no monitoramento tem como objetivo atuar sobre aqueles poucos que prejudicam a maior parte da categoria. “Não podemos permitir que 2% prejudiquem a maioria dos servidores. A maioria esmagadora são pessoas comprometidas em servir o público com excelência. No dia da negociação, inclusive, o prefeito Kiko Hoff fez uma analogia ponderando que não podemos deixar uma laranja podre estragar o cesto todo”.