Os agentes de saúde das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) e municipais, recebera, nesta quarta-feira, 9, capacitação prática para manusear as ovitrampas, armadilhas de ovos do Aedes aegypti. A atividade foi realizada em residências do município de Sapucaia do Sul, locais selecionados pela equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). A estratégia está sendo implementada no Estado, inicialmente em 23 municípios escolhidos por meio de critérios epidemiológicos e operacionais. A ideia é expandir o uso da estratégia para o restante do território gaúcho, mediante condições técnicas e treinamento das equipes.
As ações práticas da programação, iniciada na última segunda, 7, que incluem instruções de técnicos do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Friocruz) foram coordenadas pelo pesquisador da Fiocruz, José Bento Pereira Lima. “Essa é uma forma de direcionarmos corretamente as medidas de controle do inseto, onde realmente há circulação, e agir diretamente nos locais mais sensíveis para a proliferação do mosquito”, disse o pesquisador.
As ovitrampas são eficientes em captar a presença do mosquito, mesmo em locais onde o Levantamento rápido de índices para Redes aegypti (LIRAa) não aponta infestação. O LIRAa é um dos indicadores utilizados para definir se um município é considerado ou não investido pelo mosquito. Outra vantagem dessa tecnologia, é ser barata e de fácil utilização: “Encontramos no Rio Grande do Sul equipes empenhadas e isso nos dá coragem para seguir. Desejo que a implantação das ovitrampas seja um sucesso”, afirmou o pesquisador.
O que são as Ovitrampas?
O biólogo da Cevs, Jades Cardoso, explica que o Rio Grande do Sul é o primeiro Estado brasileiro a utilizar essa estratégia em maior escala, não apenas em municípios isolados. Cada município selecionado irá instalar entre 50 a 100 armadilhas, que consiste em um vaso de planta sem furo e uma palheta de Eucatex, onde é colocado levedo de cerveja a fim de atrair a fêmea do mosquito para que deposite ovos no local (oviposição). A equipe retorna em 5 dias para recolher a armadilha, e não, levá-la ao laboratório para fazer a contagem dos ovos: “As ovitrampas simulam um criadouro de Aedes aegypti. A partir delas, podemos calcular a densidade da população do mosquito naquele município e quais os locais de maior proliferação. Com isso, a gestão pode providenciar outras estratégias mecânicas de combate à dengue, como mutirões de limpeza, educação em saúde, entre outras”, afirmou Cardoso.
• Municípios escolhidos: Bento Gonçalves, Campo Bom, Estância Velha, Farroupilha, Igrejinha, Jaboticaba, Lajeado, Lindolfo Collor, Montenegro, Nova Hartz, Nova Petrópolis, Nova Santa Rita, Parobé, Rondinha, Santo Ângelo, São Marcos, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Três Coroas, Triunfo, Tucunduva,Vacaria e Venâncio Aires