Na última sexta-feira, 3, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio da 15ª Coordenadoria Regional, entregou 2 mil frascos de hipoclorito de sódio e 300 litros de água para a aldeia da Terra Indígena do Guarita, localizada entre os municípios de Redentora e Tenente Portela, no norte do Estado. Os galões de água foram doados por uma empresa e o insumo foi adquirido com recursos do Estado.
As ações fazem parte de uma série de medidas tomadas em caráter de urgência pelo Governo do Estado do RS para minimizar os dados aos indígenas da etnia Kaigang, que vivem na localidade e sofrem por falta de água encanada, medicamentos e outros insumos.
As equipes do Departamento de atenção Primária e Políticas de Saúde (Dapps), estiveram entre os dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro no local, para conhecer a realidade do grupo, em especial em relação às crianças e às gestantes. Além das ações emergenciais, a SES trabalha em conjunto com as Secretarias de Assistência Social (SAS) e de Desenvolvimento Rural (SDR), municípios de Redentora e Tenente Portela, lideranças indígenas, gestores de saúde e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do ministério da Saúde, para atribular ações permanentes que melhores as condições de saneamento básico e nutrição.
Inicialmente, o hidrocloreto de sódio será distribuído nas áreas onde o acesso à água é mais precário. O insumo será utilizado para purificar a água retirada de rios para o consumo humano. Os galões de água, após o consumo, devem substituir as embalagens utilizadas até o momento, que são consideradas impróprias para armazenar a água.
Também deve iniciar na próxima semanas, as consultas de gestantes indígenas para o acompanhamento pré-natal no Hospital Santo Antônio, em Tenente Portela. A ação foi definida entre SES, hospital, Sesai e o município de Redentora.
Atualmente, há 89 gestantes indígenas em Redentora morando no Guarita. A partir de um contrato emergencial entre SES e o hospital, todas passarão por uma avaliação, com a realização de exames, ultrassom e estratificação de risco. Os exames laboratoriais serão custeados pelo município. Já o deslocamento das gestantes até o hospital, será garantido pela Sesai e pelo município.
Já crianças menores de 2 anos, previamente avaliadas pela equipe de saúde do território, receberão atendimento emergencial no Hospital Santo Antônio. O prazo inicial acordado das ações emergenciais será de 60 dias e monitoramento constante, com reavaliações após este período. Essa é uma estratégia emergencial enquanto Sesai e município de Redentora se articulam para realizar o acompanhamento de pré-natal das gestantes e das crianças indígenas de forma regular.