O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) apresentou nesta terça-feira, 2, manifestação opondo-se ao novo pedido de nulidade suscitado pela defesa de Leandro Boldrini no processo em que ele foi novamente condenado por ser o mentor da morte do próprio filho, Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida em abril de 2014.
Sobre a anulação do juri, pedida pela defesa, o Ministério Público diz que as alegações da defesa não versam sobre o processo em si.
Endenda: A defesa de Leandro Boldrini apresentou publicações de um dos jurados, que foram lançadas na internet quando do desaparecimento do menino há 9 anos. Os advogados de Boldrini sustentam que isso comprometeria a validade do Conselho de Sentença como um todo.
O MP diz ainda que as publicações alegadamente comprometedoras não versam sobre o processo em si, mas sobre notícias e eventos relacionados a ele. Salienta ainda que as publicações citadas foram feitas antes do julgamento e de esse mesmo jurado ter sido convocado, em juramento solene, a examinar a causa com imparcialidade e justiça. “Considerando a época de comoção popular, bem como o fato de que a própria defesa recusou a transferência do julgamento para outra comarca, é natural que, dentre sete jurados da região de Três Passos, ao menos um ou mais deles já se houvessem pronunciado, na internet ou fora dela, sobre aspectos relacionados à divulgação do caso.”, explica.
Pedido de aumento da pena
Além disso, o Ministério Público interpôs recurso contra a pena aplicada ao médico, por considerá-la demasiadamente branda devido às peculiaridades do caso. “A relutância do pai em se negar a selar juridicamente o caixão de seu filho depois de nove anos de trâmite processual marcados por duas condenações é mostra evidente das conclusões que profissionais das áreas da psicologia e da psiquiatria teceram a seu respeito: trata-se de pessoa que, apesar de seus predicados como médico, apresenta sinais claros de narcisismo e traços de psicopatia”, complementa o promotor.”, finaliza.