Segunda-feira, 2 de janeiro de 2023.
Ontem tomaram posse o presidente Lula e o governador Eduardo Leite. É verdade que em situações diferentes, mas um momentos cruciais.
Leite iniciou seu novo mandato exaltando os resultados que obteve em quatro anos. Lula fez um discurso de terra arrasada e prometeu entregar documentos que mostram que a situação orçamentária deixada pelo seu antecessor é terrível.
Em comum o discurso de governar para todos, a defesa de pautas progressistas e a ciência de que terão que conviver com uma oposição ferrenha nos próximos anos.
No Brasil o desafio é tirar o pais novamente do mapa da fome e acelerar ainda mais a economia. Lula já disse que pretende colocar os pobres no orçamento e dá sinais de que usará novamente essa estratégia como motor financeiro do Brasil. Bolsa Família retorna e o Minha Casa Minha Vida também. Contudo, de todas as coisas que Lula falou, e falou muito, me chamou a atenção o discurso sobre a indústria. Modernizar a indústria é uma estratégia ousada. Outros países já estão há anos fazendo esse esforço. Usar de tecnologias para aumentar lucratividade pode parecer simples, mas sem o apoio real do governo, com políticas de incentivo financeiro para tecnologias e preparação técnica, vai ser muito difícil competir com a China e com os Estados Unidos, por exemplo.
É possível? É. O povo brasileiro é trabalhador e pode, com um pouco de incentivo, exportar produtos de alta qualidade, mas vai ser uma novidade. É importante também dizer que indústria, sem logística, cresce mais devagar. Vamos aumentar a malha viária, investir em trens? Enfim, uma série de questões em aberto e que vamos ver se ficarão no campo das promessas ou se vão se concretizar.
Já Eduardo Leite enfrenta algo que nenhum outro governador já viveu no Rio Grande do Sul: é o primeiro a ser reeleito. Como vai se comportar a classe política nesses próximos quatro anos? Como Leite vai fazer para dar conta de crescer rápido em um Estado que ainda convive com tantas dificuldades financeiras?
Leite parece querer fazer do agro o seu motor e, no Rio Grande do Sul, é apostar no óbvio. Aqui a economia depende do campo e pode realmente ser um diferencial. Leite lembrou que passou por duas estiagens e uma pandemia e prometeu números melhores nos próximos quatro anos. O foco, além da economia, será a educação, onde realmente o governo, a partir das avaliações recentes, sabe que os números são ruins.
Os desafios serão muitos, a cobrança será enorme. Lula porque quer preservar seu legado. Leite porque quer chegar ao lugar onde está Lula.
Que ambos saibam que devem ao Brasil e ao Estado dedicação máxima e resultados.