A partir de 2023 a concessão da RS-240 terá reajuste de mais de 50% do valor do pedágio de Portão. A tarifa atual, de R$6,50, vai passar para pelo menos R$9,83, mas ainda sem data definida. O que se sabe é que o valor será cobrado a partir do início do próximo ano.
Esse reajuste de 51,23%, faz parte da concessão da rodovia que atualmente é administrada pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), para o consórcio Integrasul, que arrematou em um leilão realizado em abril deste ano, 6 rodovias do Vale do Sinos, Caí e da Serra gaúcha, o chamado lote 3, que passará do Estado à gestão privada.
Este valor poderá ser mais alto, pois o aumento ainda deverá considerar a correção da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado, que no último ano, chega a 6,47%, fazendo com que cidadão que passar pelo pedágio, desembolse o valor de mais de R$10.
Nossa reportagem conversou com o prefeito de São Sebastião do Caí, Júlio Campani, sobre a concessão e as medidas que o município tem tomado com relação ao pedágio.
Prefeito, houve alguma conversa com o Estado com relação à concessão?
Como é notório, eu já venho insurgindo com relação a essa futura instalação do pedágio 4, desde que esse assunto foi anunciado pelo Governo do Estado, inclusive foi o que me levou a não apoiar o governador eleito Eduardo Leite durante sua campanha a reeleição, por conta justamente da falta de diálogo que o governo estabeleceu em relação a nós. Cerca de quatro dias antes da eleição, o governador Ranolfo nos chamou lá no Piratini e nos deu sua palavra de que antes de assinar o contrato com a empresa vencedora, iríamos nos reunir para buscar uma alternativa para essa praça do quilômetro 4.
Há alguma tratativa de isenção da tarifa para os Caienses?
Com relação ao valor, este também foi um dos motivos de sermos contra a concessão, porque essa tarifa de R$9,83 a ser cobrada nos dois sentidos é nefasta para o cidadão caiense que mora naquela região. Por exemplo, o cidadão que venha trabalhar aqui no Caí, ou tem que ir até o hospital, médico, pagar quase R$10 para fazer 5 ou 6Km, e depois pagar mais 10 para o retorno. Para que isso não aconteça, estamos vendo a possibilidade então de trocar a praça de local, ou o governo nos conceder a isenção de placas.
Quais as medidas o município deve tomar caso esse acordo não seja possível?
Por enquanto o pedágio vai permanecer em Portão. Essa empresa que deve assumir o pedágio agora em dezembro ou início de janeiro tem um prazo de 1 ano, ou seja, final de 2023, início de 2024 para a construção de uma nova praça de pedágio no quilômetro 4 ou em outro local que definirem. Então, estamos aguardando. E eu estou acreditando na palavra do governador Ranolfo, no sentido de que ele vai nos chamar para que a gente possa construir uma alternativa. Caso isso não aconteça, eu já informei ao dono da empresa que venceu, que nós adotaremos todas as medidas judiciais possíveis, para obstaculizar a instalação da praça do pedágio aqui no km 4. Então estou aguardando pacientemente.