As equipes da Secretaria de Saúde (SES) estão atuando em comunidades da Terra Indígena Guarita, localizada nos municípios deRedentora e Tenente Portela, para reforçar as ações de saúde. O objetivo da visita é realizar um levantamento da situação de saúde indígena, com atenção especial para crianças e gestantes. Somente em Redentora, são cerca de 1.300 famílias e, atualmente, 84 gestantes. O acompanhamento presencial para elaborar o diagnóstico iniciou nesta segunda-feira, 30, e segue até quarta-feira, 1, quando a SES deve reunir com representantes do hospital Santo Antônio, de Tenente Portela, para organizar exames pré-natal e acompanhamento de gestantes e crianças indígenas com até um ano.
Ao longo dos primeiros dias na região, as equipes da SES visitaram escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBS), poços de água e outros espaços importantes para a assistência em saúde e saneamento básico da população indígena local. Também foi realizado um planejamento das ações emergenciais na Terra Indígena du Guarita, onde as equipes da Sos, em conjunto com as lideranças indígenas, representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde e prefeituras da região.
A SES enviou para a região técnicos que atuam nas políticas de saúde da mulher; saúde da criança; saúde indígena; na atenção primária e no programa Primeira Infância Melhor (PIM). Também estiveram presentes representes do TelessaúdeRS/UFRGS, núcleo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A compra emergencial de caixas d’água, e também de medicamentos, foi autorizado a ser realizada com recursos do Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde (PIAPS), após reunião realizada no dia 26/01, que teve a presença da secretária Arita Bergmann. A definição é que dos atuais R$ 308 mil em caixa no valor do PIAPS para Redentora, R$ 158 mil sejam utilizados para a compra das caixas d’água, o que deve ser feito de forma emergencial pela gestão municipal. O recurso também será usado para a compra de recipientes para que famílias possam armazenar água e para equipamentos e materiais de consumo das unidades de saúde da Terra Indígena.
“A questão de saneamento básico transcende a saúde, mas nosso papel aqui também é de articular ações junto com outras instituições do Estado e do Ministério da Saúde. Nesta imersão estamos escrevendo um relatório completo das dificuldades encontradas no território para a Sesai, para normalizar a situação dos indígenas não apenas de imediato, como também facilitar o acesso desta população aos serviços de saúde e condições básicas de saneamento”, explica Marilise Fraga de Souza, diretora adjunta do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde, da SES.
Gestantes
Em relação aos serviços de saúde para as gestantes indígenas, todas elas terão atendimento pré-natal realizado pelo Hospital de Tenente Portela, com estratificação de risco para definir quais mulheres podem continuar sendo atendidas na aldeia e quais deverão ser atendidas em Passo Fundo.
A Secretaria da Saúde ouviu agentes de saúde que trabalham na Terra Indígena Guarita para compreender as necessidades mais urgentes no local. Entre os encaminhamentos estão a ampliação da oferta de exames diagnóstico de pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS), melhorar o fluxo de acesso aos exames de imagens, cadastramento de 100% da população indígena local, definição clara de responsabilidades por parte do município, Estado e Sesai, sobre financiamento dos serviços, local a ser realizado os atendimentos e transporte dos pacientes, abertura de espaços de diálogo entre as esferas do SUS.
O cacique Joel Ribeiro de Freitas, que esteve na reunião anteriormente realizada com a SES em Porto Alegre, agradeceu a presença das equipes do Estado na Terra Indígena Guarita. “Conversamos com a secretária Arita na última quinta-feira, que reuniu setores do Governo e na segunda-feira as equipes já estavam aqui, para que a gente consiga dar um reforço na questão da saúde das gestantes, no fornecimento de água e de alimentação. O que estamos fazendo aqui é lutar por nossos direitos básicos”, destaca o cacique.