Nesta segunda-feira, 5, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, denunciou os 3 policiais por homicídio e ocultação de cadáver de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, morto no dia 12 de agosto em São Gabriel. Os militares envolvidos na morte de Gabriel também foram denunciados por falsidade ideológica.
Durante coletiva de imprensa, realizada na sede do MPRS na Capital, foram esclarecidos os principais fatos desde a abordagem dos policiais vítima, até o encontro do corpo, em 19 de agosto. O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo, pontuou que o Ministério Público acompanhou a investigação desde o início e prestou todo o apoio necessário. O subprocurador-geral destacou que o Ministério Público, enquanto instituição, sempre esteve na ponta e ao lado dps investigadores para esclarecer todos os fatos na sua integralidade e para que essa investigação ocorresse de forma transparente e com lisura.
O coordenador do Núcleo de Inteligência, Reginaldo Freitas da Silva, esclareceu que o MPRS fez as extrações dos dados do telefones celulares apreendidos com os acusados. O coordenador também ressaltou que foram obedecidas todas as técnicas forenses fornecidas as cópias à Corregedoria da Brigada Militar, e após compartilharas com a Polícia Civil:”Quem fez a análise do conteúdo não foi o MPRS. Isso é importante para deixar bem claro que, por parte do MPRS, foi preservado o conteúdo dessas extrações”, disse Reginaldo.
Denúncia na Justiça comum
A promotora de Justiça Lisiane Villagrande Veríssimo da Fonseca, denunciou o trio por homicídio doloso triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso de que dificultou a defesa da vítima. Na peça, a juíza descreve que os policiais militares em serviço, durante o patrulhamento ostensivo, abordaram a vítima, que foi algemada e brutalmente agredida com golpes de cassetete na região cervical. Na sequencia, os denunciados colocaram a vítima dentro da viatura, e com ela se deslocaram até a localidade de Lava Pés, local que ocultaram o corpo de Gabriel.
Denúncia na Justiça Militar
Já na Justiça Militar, o caso ficou com o promotor de Justiça, Diego Corrêa de Barros, que denunciou os 3 por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Após a morte de Gabriel, os policiais fizeram constar no boletim de ocorrência declaração falsa, quando afirmaram que ä guarnição abordou o jovem“a guarnição abordou o Sr. Gabriel, que consultado estava sem novidades, sendo então orientado e liberado”, quando, na verdade, havia sido agredido, algemado, preso e posto no interior da viatura pelos denunciados: “Urge salientar que os crimes foram cometidos em comunhão de esforços e unidade de desígnios, com elaboração conjunta e divisão de tarefas, moral e materialmente, desde a ideação, passando à execução e consumação. Os fatos foram praticados para assegurar a impunidade dos denunciados na morte de Gabriel. Também, foram realizados com infração aos deveres inerentes aos cargos dos acusados. Por fim, os ilícitos foram efetuados por Policiais Militares em serviço”, disse o promotor.